É muito mais fácil descartar a sandália que sempre te machuca do que aquelas fotos impressas da formatura que você nunca colocou num álbum*. Por causa disso, Marie Kondo criou uma ordem de arrumação para que você esteja bem treinado na arte do “Isso me traz felicidade?” quando chegar a hora de fazer a triagem dos mementos. Eis a lista:
“O amor vem por princípio, a ordem por base / O progresso é que deve vir por fim” – Positivismo, de Noel Rosa
“Toda paixão beira o caos, a do colecionador beira o caos da memória”. É com essa citação de Walter Benjamin que o escritor/jornalista Philipp Blom abre o seu “Ter e Manter“, livro em que tenta desvendar a nossa estranha obsessão por buscar e coletar objetos.
“Tudo que tenho mais que dois eu quero colecionar” é uma frase com a qual me identifiquei a vida toda. Mas de uns tempos pra cá, uma incômoda impressão de acúmulo tem se sobreposto ao prazer de abrir o armário e admirar as roupas, olhar os livros pelo vidro da minha estante dos sonhos. É chegado o caos da memória? Bateu a vontade de uma vida mais minimalista?
Minimalism! Minimalism!
Entra Marie Kondo. Em uma passagem pela livraria, vi pelo canto do olho o título “A mágica da arrumação: A arte japonesa de colocar ordem na sua casa e na sua vida“. Ao mesmo tempo em que soava um alerta de autoajuda, as tags #artejaponesa, #colocarordem e #mágica foram mais fortes. Fiz uma rápida pesquisa sobre a autora e comprei o livro.
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